RIO BRANCO
Protesto de Mães na Unimed: Indignação pela falta de terapias para crianças com necessidades especiais
Na manhã desta quarta-feira, 23, dezenas de mães de crianças com necessidades especiais se reuniram em frente à sede administrativa da Unimed, em Rio Branco, para expressar sua indignação em relação à falta de terapias contratadas pelos planos de saúde. A manifestação foi marcada por relatos emocionantes e uma clara demanda por justiça e respeito aos direitos das crianças.
Cesária Edna, mãe de um menino com uma síndrome rara, que afeta apenas três crianças no mundo, não conteve as lágrimas ao descrever a situação. Ela relatou que, no dia 12 de agosto, a clínica terceirizada pela Unimed informou que havia sido descredenciada para prestar serviços de terapia. “Meu filho não pode, em hipótese nenhuma, ficar sem essa terapia. A Unimed sequer teve o respeito de nos avisar dos credenciamentos. Quem nos avisou foram as clínicas”, desabafou.
Joelma Corrêa Lima também se manifestou, destacando que mais de 200 crianças estão sem os cuidados terapêuticos necessários. “A Unimed vendeu serviços sem a condição de oferecê-los e agora contraria laudos médicos, oferecendo serviços diferentes dos solicitados. Minha filha, que teve câncer, não fala nem anda. As terapias são imprescindíveis para o desenvolvimento dela, mas estou há 22 dias esperando atendimento. A Unimed se cala, enquanto estou em dia com meu plano”, afirmou, visivelmente angustiada.
A advogada Aline Cordeiro, que representa muitas dessas famílias, também é mãe de uma criança que necessita de terapias. Ela enfatizou que não faltam provas sobre a falha da Unimed em cumprir suas obrigações. “As providências jurídicas foram tomadas. A Unimed descredenciou clínicas sem garantir a continuidade dos tratamentos, oferecendo terapias pela metade. Isso é inadmissível. Ninguém oferece quimioterapia pela metade, então por que aceitar metade de outros tipos de terapia?”, questionou.
Durante o protesto, enquanto mães levantavam cartazes e falavam com a imprensa, a polícia militar foi acionada, mas limitou-se a acompanhar a movimentação. Um agente de portaria informou que todos os funcionários de gerência e diretoria estavam em horário de almoço ou em treinamento externo, e deixou um número de telefone para que a Unimed pudesse se manifestar sobre a situação.
O protesto revela uma crise de confiança entre as famílias e a operadora de saúde, levantando questões sérias sobre a responsabilidade das instituições em garantir o acesso a tratamentos essenciais. As mães, unidas pela luta por seus filhos, clamam por respostas e soluções imediatas, não apenas para elas, mas para todas as crianças que dependem de terapias para seu desenvolvimento e bem-estar. A situação demanda atenção urgente das autoridades e da sociedade, para que não mais vidas sejam afetadas por decisões administrativas que ignoram as necessidades humanas.