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RIO BRANCO

Queda na gasolina não chega aos postos: consumidores ainda pagam caro

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Apesar do anúncio da Petrobras de redução no preço da gasolina no início da semana, pesquisas da ANP e ValeCard indicam um repasse insuficiente aos consumidores. A queda média nacional foi de apenas R$ 0,02 por litro, chegando a R$ 6,25, muito abaixo dos R$ 0,12 estimados pela Petrobras. A discrepância entre o corte anunciado pela estatal e o repasse efetivo aos postos gera controvérsia e destaca a complexa cadeia de distribuição de combustíveis.

A ValeCard registrou queda de preços em apenas dez estados, com apenas três apresentando redução superior a R$ 0,05 por litro. Essa variação regional demonstra a falta de uniformidade no repasse, apontando para possíveis práticas de mercado que impedem a total transferência do desconto ao consumidor final.

Tanto o governo quanto a Petrobras têm criticado a demora das distribuidoras e revendedores em repassar os cortes de preços. A presidente da Petrobras, inclusive, apelou aos consumidores para pressionarem os postos. O Paranapetro, sindicato dos postos do Paraná, atribui a lentidão às distribuidoras, alegando que estas não repassaram integralmente reduções anteriores no preço do diesel. No entanto, dados da ANP mostram que as distribuidoras reduziram seus preços em R$ 0,37 por litro desde fevereiro, enquanto a queda nos postos foi de R$ 0,39.

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A queda no preço do diesel S-10 foi ainda menor, com apenas R$ 0,01 de redução por litro. Já o etanol hidratado apresentou queda de R$ 0,03 por litro, impulsionada pela safra de cana-de-açúcar.

A redução parcial no preço da gasolina afeta diretamente o IPCA, dado o peso significativo do combustível no índice. Segundo o economista André Braz (FGV), o repasse total estimado pela Petrobras resultaria em um impacto negativo de 0,10 ponto percentual no IPCA. A discrepância entre o anunciado e o efetivamente repassado reduz significativamente este impacto positivo na inflação.

A falta de transparência e a lentidão no repasse da redução de preços da gasolina demonstram fragilidades na cadeia de distribuição de combustíveis no Brasil. A pressão por maior transparência e agilidade na transferência dos cortes para o consumidor final se torna fundamental para garantir o impacto desejado na inflação e no bolso do brasileiro.

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