RIO BRANCO
Rio Branco contrasta com país e registra alta na cesta básica: 45,2% do salário mínimo é gasto em alimentos

Rio Branco foi uma das poucas capitais brasileiras a registrar aumento no custo da cesta básica em novembro de 2025, revelou pesquisa divulgada na terça-feira (9) pelo DIEESE em parceria com a CONAB. Enquanto 24 das 27 capitais tiveram queda nos preços, a capital acreana teve alta de 0,77%, levando o valor do conjunto de alimentos essenciais a R$ 635,91 — o que representa 45,29% do salário mínimo líquido para quem ganha apenas um salário.
A pressão nos preços foi impulsionada por itens chave da alimentação local. A carne bovina de primeira subiu 2,45% (uma das maiores variações nacionais para o produto), relacionada ao crescimento das exportações e menor oferta no mercado interno. O tomate também aumentou 0,11%, fazendo de Rio Branco a única capital com alta nesse item no mês, enquanto em outras cidades a oferta maior baixou os preços.
Houveram pontos de alívio: o leite integral caiu 0,28%, acompanhando a tendência nacional de aumento da produção rural e oferta de derivados lácteos. No país, arroz, açúcar e café também tiveram quedas expressivas em maioria das capitais — uma tendência que ajudou a conter pressões maiores no Acre, embora o estudo não detalhe essas variações específicas para Rio Branco.
O levantamento mostra que um trabalhador com salário mínimo precisa dedicar 92 horas e 10 minutos de trabalho para comprar a cesta básica. No cenário nacional, São Paulo tem a cesta mais cara (R$ 841,23), enquanto Aracaju e Maceió estão entre as mais baratas. Mesmo assim, a trajetória de alta em Rio Branco levanta alerta sobre o custo de vida no estado, especialmente para famílias de baixa renda que dependem de alimentos básicos no dia a dia.









