Rio Branco: Descaso e violência profanam paz dos mortos no Cemitério São João Batista

O Cemitério São João Batista, em Rio Branco, o mais antigo da cidade, enfrenta uma situação de vandalismo e violação de túmulos em larga escala, causada principalmente por moradores de rua. Apesar dos esforços da prefeitura em melhorar a segurança com câmeras e iluminação, a ação criminosa persiste, gerando indignação e prejuízos financeiros e emocionais para as famílias.

A administração do cemitério relata a dificuldade em conter as invasões noturnas e de fim de semana, onde os vândalos furtam objetos de valor como placas de bronze e cobre, imagens religiosas e, mais recentemente, mármore das sepulturas. A violação dos túmulos em si é outra grave ocorrência, com ossadas expostas e danos estruturais significativos.

O caso de Samarone ilustra a dimensão do problema. A família encontrou o túmulo da avó completamente destruído, com ossos expostos e uma árvore crescendo sobre a sepultura. A recuperação custou R$ 4 mil, sem contar o sofrimento emocional. A situação se agrava com a violação do túmulo de autoridades importantes sepultadas no local, incluindo o recente falecimento do ex-deputado, prefeito, governador e senador Flaviano, cujo túmulo também foi alvo de vandalismo.

A administradora do cemitério, Francisca Silva, descreve a situação como grave, apontando os moradores de rua como os principais responsáveis. Ela relata a dificuldade em obter apoio do Centro POP para lidar com as invasões, muitas vezes recorrendo à polícia. A impunidade e o sentimento de segurança dos invasores são evidenciados pela prática de estender varais entre os túmulos para secar roupas.

A situação expõe a fragilidade da segurança pública e a vulnerabilidade do patrimônio histórico e sentimental da cidade. A falta de resposta efetiva às denúncias e a recorrência dos atos de vandalismo demonstram a necessidade urgente de medidas mais eficazes para proteger o Cemitério São João Batista e garantir o respeito à memória dos mortos e à dor das famílias enlutadas. A falta de manutenção e a aparente omissão da administração também geram questionamentos sobre a responsabilidade na preservação do local.