Rio Branco quebra recordes: quase um terço do ano sob calor extremo, aponta estudo

Rio Branco, AC – Um levantamento recente do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), com base em dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), revela que Rio Branco enfrentou um período alarmante de calor extremo em 2024, totalizando 94 dias – o equivalente a cerca de três meses do ano.

O estudo considera “calor extremo” os dias em que a temperatura máxima de 2024 superou a maior máxima já registrada para o mesmo dia na série histórica de 2000 a 2024. Essa metodologia é a mesma utilizada pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC). A Região Norte foi a mais afetada pela seca histórica de 2023, com rios da bacia Amazônica atingindo níveis críticos. A estiagem prolongada contribuiu para o aumento das temperaturas em vários estados, incluindo o Acre.

Em média, o Acre registrou 90,5 dias de calor extremo em 2024, acompanhando a tendência nacional que viu mais de seis milhões de brasileiros enfrentarem ao menos 150 dias nessas condições, em um ano considerado o mais quente da história da Terra. Embora Rio Branco tenha registrado um número expressivo de dias de calor extremo, outros municípios acreanos apresentaram valores ainda maiores:

-Acrelândia: Lidera a lista com 121 dias de calor extremo, atingindo a temperatura máxima de 40°C no estado.

-Senador Guiomard: Registrou 110 dias com termômetros marcando 39°C.

-Plácido de Castro: Enfrentou 108 dias de calor extremo, com pico de 38°C.

-Bujari: Completou a lista com 102 dias de calor extremo e máxima de 39°C.

-Implicações: Os dados destacam a urgência de medidas para mitigar os efeitos das mudanças climáticas e proteger a população dos impactos do calor extremo, como ondas de calor e secas prolongadas.