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Transformação social realizada pela Capoeira no Acre é destaque na Assembleia Legislativa: “A cultura salva vidas”

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Foi com o hino acreano entoado ao som dos instrumentos da Capoeira que teve início a sessão solene que levou o esporte para o plenário na Assembleia Legislativa nesta quarta-feira, 21, com uma energia forte e vibrante, que nunca se viu antes nesta casa.

De autoria do deputado Pedro Longo, a sessão destacou o fato de a Capoeira ser um patrimônio imaterial, reconhecido tanto pela Unesco quanto pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) como uma riqueza cultural do Brasil.

Símbolo de combate e resistência, a Capoeira faz parte da identidade cultural brasileira, sendo reconhecida mundialmente como a prática que une o esporte e a arte. Mistura esporte, luta, filosofia, dança e musicalidade. É a música que conduz o ritmo dos jogadores.

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“No Acre, a Capoeira desempenha um papel fundamental, sendo que as tradições dessa arte marcial são mantidas e disseminadas em 17 dos 22 municípios, graças à Liga Acreana de Capoeira, fundada em 2001, que agrega mais de 15 grupos, promovendo a Capoeira não apenas como prática esportiva, mas como um veículo de transformação social”, destacou Pedro Longo. “Portanto, esta sessão solene visa homenagear a todos os capoeiristas do Estado do Acre”.

Minoru Kimpara, presidente da FEM (Fundação Elias Mansour), que na ocasião também representava o governador Gladson Cameli, disse que já participou de muitas sessões, mas esta era muito especial. Ele relembrou de uma conversa que teve com o governador durante as festividades juninas, quando falava sobre a cultura e a juventude. “Eu dizia para nosso governador: ‘A cultura salva vidas!'”, disse Kimpara.

“O trabalho que vocês fazem nos bairros, o trabalho que vocês fazem em diferentes locais de Rio Branco, fora de Rio Branco, o trabalho que os capoeiristas e mestres fazem no Brasil, salva vidas. Talvez se não fosse a Capoeira e o trabalho de vocês, muitos desses jovens que estão aqui hoje, talvez não estivessem, e talvez as mães e os pais estariam chorando”, enfatizou Minoru.

Ele disse ainda que todas as reivindicações presentes no documento apresentado pela Liga de Capoeira são justas.

“Lamento por algumas conquistas que já deveriam ter acontecido. E aí a Capoeira, como cultura, como educação e segurança, precisa da classe política, e nós estamos num espaço privilegiado (Aleac). Os capoeiristas já conquistaram muitas coisas, mas ainda precisam conquistar muito mais”, disse Minoru Kimpara.

Oséias Figueiredo, presidente da Liga Acreana de Capoeira, agradeceu pelo espaço inédito oferecido pela Assembleia. Ele disse que a ideia era apresentar a Capoeira e os projetos para todos os deputados, mas que entendia que todos tinham seus afazeres e, por isso, não participaram da sessão. O único deputado presente foi Pedro Longo.

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Formado em Educação Física, Oséias diz que vive exclusivamente da Capoeira e para a Capoeira. Ele destacou os atendimentos que são realizados, não só em Rio Branco, mas em todos os municípios do estado, onde a maioria esmagadora faz esse trabalho de forma voluntária, o que tem levado muita dificuldade para os capoeiristas.

“Nós não somos apenas fazedores culturais, nós somos educadores e somos transformadores de vidas. Usamos a Capoeira como instrumento de educação, inclusão e socialização, e cabe aos nossos deputados e nossos representantes entenderem esse potencial e nos ajudar a colocar em prática”, disse Oséias.

Um dos pedidos dos capoeiristas é um espaço apropriado para a prática da Capoeira. Além disso, eles buscam apoio, inclusive financeiro, para projetos que envolvem centenas de jovens, crianças e até idosos.

“Eu acho que chegou um momento de a gente mostrar e exigir que os nossos representantes deem um olhar diferenciado, abracem a nossa causa e entendam que a capoeira é um potencial, não só como cultura, mas como educação”, explicou Oséias.

O documento foi encaminhado para a Aleac, através do deputado Pedro Longo, e os profissionais da Capoeira aguardam a apreciação dos demais deputados e resultados positivos para seus anseios, inclusive para a realização do oitavo festival da Capoeira, que deve ser realizado ainda este ano.

 

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