Velório em Rio Branco reúne diversos segmentos em última homenagem a Moisés Alencanstro, ativista e defensor da cultura acreana

Na tarde desta terça-feira (24), o cemitério Morada da Paz, em Rio Branco, foi cenário de um momento de tristeza e gratidão, quando amigos, colegas de trabalho, ativistas culturais e autoridades se reuniram para despedir-se de Moisés Alencanstro — advogado, servidor do Ministério Público do Acre, colunista social e referência na luta por direitos humanos e diversidade no estado.

Reconhecido por sua trajetória militante e profissional que uniu a defesa da cultura à garantia de direitos de grupos marginalizados, Moisés foi lembrado por representantes de diferentes camadas da sociedade acreana, que destacaram o legado de compromisso e empatia que deixou.

A coordenadora estadual do Ministério da Cultura no Acre, Camila Cabeça, ressaltou a importância do ativista na construção de políticas públicas culturais e nos movimentos sociais, incluindo o LGBT. “Lamentamos essa perda abrupta, violenta e injusta. Moisés foi fundamental para o modelo que temos hoje do Sistema Nacional de Cultura — ele esteve na frente da luta que permitiu que o Ministério desenvolva ações voltadas a negras, LGBT e mulheres”, afirmou ela, também lembrando o lado pessoal: “Perdemos um batalhador alegre e descontraído, que criou projetos importantes para a comunidade LGBT, povos indígenas e para a cultura acreana como um todo. Esperamos que a justiça seja feita”.

Já o presidente da Fundação de Cultura Elias Mansour (FEM), Minoru Kinpara, destacou que Moisés foi, antes de tudo, uma pessoa da paz e muito respeitada. “Ele foi essencial para a conquista do primeiro Plano Estadual de Cultura do Acre, um marco histórico. Agora, o que nos resta é guardar as boas memórias e defender o legado que ele deixou: compromisso, respeito e luta permanente pela valorização da cultura”, concluiu.