TECNOLOGIA
Xiaomi 12S Ultra: câmera profissional em poderoso celular top de linha | Vídeo hands-on
Xiaomi 12S Ultra, o celular mais poderoso da fabricante chinesa, foi lançado em julho de 2022, mas não faz parte do catálogo global de produtos da marca, o que indica que não veremos a novidade chegando oficialmente ao Brasil. Claro que isso não nos impediu de dar uma conferida no que este poderoso aparelho com sensor gigante e câmera profissional tem a oferecer. Confira agora uma análise prévia do TudoCelular do Xiaomi 12S Ultra em parceria com os nossos irmãos italianos do HDBlog.
- Design e acessórios
- Tela e hardware
- Software
- Câmeras
- Primeiras impressões e preço
O grande apelo do Xiaomi 12S Ultra é o seu enorme sensor fotográfico, não no sentido de tamanho, mas sim na grande capacidade de absorver luz e capturar o máximo de detalhes. O 12S Ultra pode parecer ser o primeiro a vir com este sensor poderoso da Sony, mas a própria marca japonesa lançou o Xperia Pro-I, além da Sharp que possui o Aquos R6, ambos limitados ao mercado asiático.
A Xiaomi fez o maior alarde sobre a câmera do 12S Ultra, antes mesmo do aparelho ser lançado e com isso surgiu a expectativa de que ele seria o novo rei do DxOMark, um site especializado em fotografias. No final das contas, o novo top chinês acabou perdendo para o Xiaomi Mi 11 Ultra. Será que tudo não passa de apenas marketing ou a câmera do 12S Ultra é realmente inovadora?
Antes de partirmos direto para o aspecto mais importante no novo top de linha da Xiaomi, vamos primeiro conferir o design do aparelho. É neste ponto que temos uma grande mudança e o design foi radicalmente reformulado para um módulo circular gigante que abriga todos os sensores e deixa aquela telinha secundária do Mi 11 Ultra de lado.
Parte da mudança do design pode ter acontecido por conta da nova parceria entre a Xiaomi e a Leica, uma aclamada fabricante de lentes que buscou inspiração em câmeras fotográficas clássicas. Isso fica nítido não apenas pelo círculo gigante do módulo de câmeras, mas pelo aro dourado e a traseira com textura de couro.
Apesar deste apelo mais clássico, a Xiaomi não abandonou tecnologias importantes e a certificação IP68 continua presente para garantir resistência contra água e poeira. A parte frontal também teve mudanças e o furo da câmera de selfies passou do canto superior esquerdo para uma posição mais centralizada – assim como no Xiaomi 12 Pro.
A tela ainda é curvada nas bordas, como o seu antecessor, e apresenta moldura fina que faz bom aproveitamento da frente do aparelho. O sensor biométrico segue na tela em posição alta para uma boa ergonomia. Ele é do tipo óptico e responde bem como se espera de um aparelho deste porte.
A estrutura lateral de metal é a mesma do Mi 11 Ultra, assim como a localização das entradas e botões físicos. O 12S Ultra segue sem entrada para fones de ouvido e espaço para cartão de memória. Na parte de conectividade também não há novidades, enquanto o carregamento sem fio fica limitado a no máximo 50W.
Ele vem com carregador tradicional de 67W na caixa, além de uma capinha transparente de silicone para proteger o gigante bloco de vidro na traseira.
A tela encolheu comparado ao Mi 11 Ultra e agora traz 6,73 polegadas, o que ainda faz seu display ser grande o bastante para uma boa experiência com filmes e jogos. Curiosamente, este é o mesmo tamanho de tela do Xiaomi 12 Pro, o que pode indicar que a empresa tenha aproveitado o mesmo componente neste aqui.
O painel é AMOLED do tipo LTPO de segunda geração, o que permite que a taxa de atualização alterne entre 1 e 120 Hz para maior economia de bateria. A resolução Quad HD+ e o suporte a tecnologias como HDR10 e Dolby Vision garantem que você poderá aproveitar ao máximo serviços de streaming como Netflix e Disney Plus.
Para completar a experiência sonora há dois alto-falantes com a grife Harman/Kardon, outra parceria que a Xiaomi vem mantendo em seus lançamentos mais avançados. O resultado disso não é apenas um som estéreo, mas potente e bem balanceado e que supera aparelhos como o Galaxy S22 Ultra, apesar de não bater o iPhone 13 Pro Max.
Especificações técnicas
- Tela AMOLED de 6,73 polegadas com resolução 2K
- Display LTPO com furo e taxa de atualização de até 120 Hz
- Plataforma Snapdragon 8 Plus Gen 1
- 8 GB ou 12 GB de RAM
- 128 GB, 256 GB ou 512 GB de armazenamento interno
- Câmera frontal de 32 MP
- Três câmeras traseiras:
- Lente principal com sensor de 50 MP (Sony IMX989, HyperOIS)
- Lente grande-angular com sensor de 48 MP (128º)
- Lente telefoto com sensor de 48 MP (zoom de 5x e híbrido de até 120x)
- Conexão 5G, Bluetooth 5.2, NFC, IP68 som estéreo e leitor de digitais
- Bateria de 4.860 mAh com carregamento rápido de 67W
- Android 12 rodando sob a interface MIUI 13
O restante do conjunto também é digno de um aparelho atual e bastante avançado. A plataforma responsável pelo desempenho do 12S Ultra é a mais recente da Qualcomm, o Snapdragon 8 Plus Gen 1 combinado com até 12 GB de RAM e no máximo 512 GB de armazenamento.
Como o corpo do aparelho é ligeiramente mais compacto que o seu antecessor, a bateria acabou sendo comprometida e caiu de 5.000 mAh para 4.860 mAh. Pode parecer decepcionante, mas como o novo hardware da Qualcomm é mais eficiente energeticamente, a bateria deve render tão bem quanto o seu antecessor.
A Xiaomi promete que o carregador de 67W que vem com o aparelho consegue encher totalmente a sua bateria em apenas 40 minutos. Realmente é um ótimo tempo, mas considerando que a empresa já lançou celulares com carregadores acima de 100W, esperávamos ver o 12S Ultra também vir com um desses na caixa.
Por ser um lançamento focado no mercado chinês, o Xiaomi 12S Ultra vem com a versão chinesa da MIUI 13 baseada no Android 12. O software é mais lotado de aplicativos pré-instalados comparado à MIUI global, mas, felizmente, é possível desinstalar a maioria manualmente.
Para quem já teve um celular com ROM chinesa da Xiaomi, sabe que o aparelho não vem com os apps e serviços do Google pré-instalados. A boa notícia é que é fácil contornar isso e instalar a Play Store manualmente via loja de aplicativos de terceiros para conseguir ter acesso a todo o ecossistema do Google.
Também é bom lembrar que o teclado nativo segue o padrão do idioma chinês, nada que um Gboard não resolva, mas o idioma do sistema deixa o português de fora. No final das contas, é a mesma MIUI encontrada em outros celulares da Xiaomi e não há nenhum recurso exclusivo no 12S Ultra que não seja focado na câmera do aparelho.
Por falar em câmera, chegamos ao ponto mais importante do Xiaomi 12S Ultra. O sensor principal é o Sony IMX989 com uma polegada e resolução máxima de 50 MP. Pode não parecer impressionante quando já temos até celulares intermediários da própria Xiaomi com sensor de 108 MP, mas este do 12S Ultra é 30% maior do que o do Mi 11 Ultra e isso implica em fotos mais nítidas com mais detalhes capturados.
O restante do conjunto que compõe as câmeras traseiras não tem nada de novo e temos o mesmo sensor de 48 MP com zoom óptico de 5x do Mi 11 Ultra, enquanto a ultra-wide de 48 MP também foi herdada do antecessor e vista em outros aparelhos da Xiaomi. A frontal apresenta uma pequena evolução e agora possui resolução de 32 MP ao incorporar um novo sensor OmniVision, mas peca por ter foco fixo.
Principal
Ao abrir o app de câmera pela primeira vez terá que escolher entre dois estilos de interface: Leica Vibrant e Leica Authentic. Claro que é possível modificar posteriormente caso não curta a escolha que fez. No modo vibrante terá cores mais saturadas, enquanto no autêntico uma captura mais neutra e próxima da realidade.
O Xiaomi 12S Ultra captura imagens ricas em detalhes e com cores vibrantes. O contraste e o alcance dinâmico estão perto do ideal, apesar das sombras saírem mais escuras do que deveriam. As fotos são limpas e raramente verá algum ruído notável em locais bem iluminados.
Ultra-wide
Outra grande vantagem deste poderoso sensor da Sony aliado às lentes da Leica é que o 12S Ultra faz um desfoque natural dos cenários mesmo que você não use o modo retrato. É algo como temos em câmeras profissionais e o resultado realmente impressiona, especialmente em cenários mais complexos.
Não há muito o que falar sobre a ultra-wide, como é o mesmo sensor de outros smartphones da Xiaomi, a qualidade da captura já é conhecida. A câmera teleobjetiva faz um ótimo trabalho mesmo com o zoom máximo de 5x aplicado vemos pouca perda de qualidade e muitos detalhes registrados.
Teleobjetiva
A frontal registra boas selfies, mas não chega a impressionar tanto quanto a câmera traseira. O modo retrato tem efeito de desfoque mais forte do que vemos em outros da Xiaomi, mas pode ser para igualar com o que é obtido naturalmente pelo grande sensor na traseira.
A filmadora grava em 8K a no máximo 24 fps, tem bom sistema de estabilização e foco ágil.
O Xiaomi 12S Ultra realmente é um celular avançado e que tem muito a oferecer, mas seu principal foco é a poderosa câmera com sensor gigante e lente LEICA. Tirando isso, ele é apenas um top de linha tradicional que não traz nada de inovador, mas que entrega um conjunto acertado para ótima experiência no geral.
O que vai afastar potenciais compradores é o seu preço salgado. O modelo mais simples com 8 GB de RAM e 256 GB de armazenamento sai por R$ 4,5 mil em conversão direta e sem impostos. Já a versão com 12 GB de RAM e o dobro de memória interna sai por R$ 5,2 mil em conversão direta. Vale tudo isso? Só teremos essa resposta em nossa análise completa, mas isso ficará para um outro dia.