POLÍTICA
Deltan pediu ajuda de Bolsonaro para não ser cassado
Deltan Dallagnol (Podemos) pediu ajuda do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para tentar evitar a cassação. Pouco tempo depois do julgamento do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que retirou o mandato do deputado federal, o ex-procurador da Lava Jato entrou em contato para pedir que o líder do PL convencesse o partido a pressionar o Congresso para não confirmar sua saída da Câmara dos Deputados.
Uma fonte revelou à coluna que Deltan teria sido aconselhado por um assessor a fazer contato com Bolsonaro. “Ele é muito influente dentro do PL, que tem a maior bancada. Um movimento grande do partido na Câmara poderia pressionar Lira a fazer alguma coisa”, revelou uma pessoa ligada ao parlamentar. Mesmo não se considerando tão próximo do ex-presidente, ele teria topado a sugestão porque não encontrava mais saídas.
A coluna ouviu de outro deputado que Deltan teria entrado em contato com Eduardo Bolsonaro (PL) para faer a ponte com o pai e tido o sinal verde. Já o ex-presidente, se mostrou solícito e até solidário ao fato do ex-procurador da Lava Jato ter perdido o mandato, mas tratou o pedido com zombaria. “Eu não vou conseguir nem me salvar, como vou te salvar?”, teria comentado em tom de brincadeira.
A aliados, no entanto, Bolsonaro chegou a dizer que conversaria com Valdemar da Costa Neto, mas sabia que não havia muito o que fazer. “Se o PL já não tinha simpatia pelo Deltan, imagina herdando a cadeira”, revelou um funcionário do alto escalão da legenda. Os deputados do partido nunca se deram bem com o colega pela forma como ele tratava a classe política enquanto esteve no Ministério Público.
Deltan tem dito a pessoas próximas que não pretende abrir mão de sua cadeira e prometeu brigar. Ele sabe que não há chance da reversão da pena no STF (Supremo Tribunal Federal) e sua sobrevivência passaria por uma decisão da Câmara dos Deputados. Embora o Congresso não possa julgar o mérito do TSE, há manobras para mantê-lo no cargo. Nos corredores de Brasília, porém, todos são unânimes em dizer que o presidente da Câmara não vai desperdiçar munição para salvar um membro da Lava Jato.