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GERAL

Acre tem 1.802 km² de florestas sob ameaça de desmatamento em 2022, diz plataforma

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Estimativas da plataforma de inteligência artificial PrevisIA apontam que a Amazônia tem, atualmente,15.391 km² sob risco de devastação, uma área quase três vezes maior do que o Distrito Federal. Desse total, 44% estão sob risco alto ou muito alto de desmatamento. Esse dado indica que, se medidas mais efetivas para combater o desmatamento não forem tomadas, a região pode ter em 2022 a maior área de floresta derrubada dos últimos 16 anos.

No Acre, a área sob risco é de 1.802 km². O estado é o quinto no ranking da Amazônia Legal de ameaça de desmatamento. O município acreano com maior risco é Feijó, com cerca de 300 km² de área sob risco, de acordo com a plataforma. Entre as unidades de conservação, se destaca a acreana Reserva Extrativista Chico Mendes, com 153 km² de área em risco, ficando atrás apenas da Área de Preservação Ambiental (APA) Triunfo do Xingu, no Pará.

De acordo com o Instituto do Homem e do Meio Ambiente (Imazon), o cálculo do risco leva em conta o chamado “calendário do desmatamento”, que por causa do período de chuvas na Amazônia vai de agosto de um ano a julho do ano seguinte. Ou seja: conforme a ferramenta, esses mais de 15 mil km² podem ser atingidos entre agosto de 2021 e julho de 2022.

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Caso se concretize, o desmatamento será o maior desde 2006 segundo a série histórica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Além disso, será 16% superior do que a devastação registrada pelo órgão no calendário anterior, de agosto de 2020 a julho de 2021, que foi de 13.235 km².

A comparação é possível porque a PrevisIA usa a série histórica de desmatamento do Inpe (Prodes) como uma das variáveis do modelo de risco.

Pesquisador responsável pela plataforma, Carlos Souza Jr., do Imazon, ressalta que 2022 é um ano de eleição, quando, em geral, as fiscalizações costumam reduzir. Nos últimos três anos eleitorais, por exemplo, houve uma alta no desmatamento.

“Por isso, é importante que órgãos de controle também atuem na proteção da Amazônia, como os Ministérios Públicos dos estados e o da União. Porém, a liderança na prevenção do desmatamento da Amazônia e de outros biomas brasileiros tem que ser do governo federal. Os estados, por sua vez, têm um papel importante no controle da devastação, principalmente em casos de omissão do governo federal”, explica o especialista.

O que pode ser feito

De agosto de 2021 a janeiro de 2022, segundo o monitoramento mensal do Imazon, 4.514 km² foram destruídos, o que corresponde a 29% do desmatamento previsto na PrevisIA até julho deste ano. Ou seja: ainda é possível evitar que os outros 10.887 km² com risco de desmatamento apontado na plataforma sejam destruídos, 71% do total.

Conforme a PrevisIA, o maior desafio será do Pará, estado com a maior área sob risco: 6.288 km², o que corresponde a 41% de todo o território ameaçado na Amazônia. Em seguida estão Amazonas (17%), Mato Grosso (15%), Rondônia (11%) e Acre (9%).

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Risco atinge 90% das áreas protegidas

Em relação às áreas protegidas da Amazônia, a PrevisIA mostra que 725 terras indígenas, unidades de conservação e quilombos estão sob risco de desmatamento, o que representa 90% do total, que é de 803 territórios. Desse total, 24% das áreas estão sob risco alto ou muito alto de derrubada da floresta.

Já na análise por categoria, a PrevisIA indica que as unidades de conservação têm o maior percentual de territórios sob risco alto ou muito alto de desmatamento, que é de 37%. Em seguida estão as terras indígenas, com 19%, e os territórios quilombolas, com 8%. São essas áreas sob maior risco que deveriam ser priorizadas nas medidas de proteção.

Aumento de 33% no começo de 2022

O ritmo de desmatamento crescente registrado nos últimos anos na Amazônia teve seguimento no primeiro mês de 2022. Conforme dados do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Imazon, foram derrubados 261 km² de floresta em janeiro, 33% a mais do que o detectado no mesmo mês em 2021. Essa foi a maior área desmatada em janeiro desde 2016.

Líder no desmatamento da Amazônia no ano passado, o Pará ficou em terceiro lugar em janeiro, com 52 km² destruídos, 20% do total na região. O topo do ranking foi ocupado por Mato Grosso, que foi responsável por 28% da derrubada da floresta no mês (73 km²). Em segundo lugar ficou Rondônia, com 24% (63 km²).

A plataforma PrevisIA foi criada em parceria pelo Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), Microsoft e Fundo Vale.

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