MUNDO
Após saques a depósitos de comida da ONU, Biden defende acelerar ajuda humanitária a Gaza
Os Estados Unidos pressionaram Israel para aumentar imediatamente a ajuda humanitária em Gaza, em meio a um clamor crescente sobre os custos humanos do bombardeio de três semanas de Israel contra a Faixa de Gaza.
Em conversas com governantes do Egito e de Israel, neste domingo, 29, presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, reiterou “a necessidade de aumentar imediata e significativamente o fluxo de assistência humanitária para atender às necessidades dos civis em Gaza”, informou a Reuters.
Biden, que há demonstra um apoio inabalável ao direito de Israel de se defender após os ataques de 7 de outubro, agora parece ceder a pressão internacional frente ao aumento do número de palestinos mortos e colapso humanitário em Gaza.
Saques a armazéns
O pedido ocorre após sequência de saques a armazéns e centros de distribuição de alimentos da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados Palestinos (UNRWA, sigla em inglês) em Gaza, neste domingo, 29. O órgão passou alertar para o “colapso da ordem pública” na Faixa de Gaza em meio a falta de comida, medicamentos e água potável.
“Milhares de pessoas entraram em vários armazéns e centros de distribuição da UNRWA no centro e no sul da Faixa de Gaza. É um sinal preocupante que a ordem pública esteja começando a ruir depois de três semanas de guerra e de um cerco rigoroso a Gaza. Pessoas estão assustadas, frustradas e desesperadas”, disse o chefe da UNRWA em Gaza, Thomas White
Casa Branca
Mais cedo, o conselheiro de segurança nacional do presidente dos Estados Unidos Joe Biden, Jake Sullivan, disse que Israel tem a responsabilidade de proteger as vidas de pessoas inocentes em Gaza.
“O que acreditamos é que a cada hora, a cada dia desta operação militar, as IDF (Forças de Defesa de Israel), o governo israelense deveriam usar todos os meios possíveis à sua disposição para distinguir entre terroristas do Hamas que são alvos militares legítimos e civis que não são”, disse Sullivan à CNN.
Sullivan também disse que Netanyahu tem a responsabilidade de “controlar” os colonos judeus extremistas na Cisjordânia ocupada por Israel. “É totalmente inaceitável que haja violência extremista dos colonos contra pessoas inocentes na Cisjordânia”, disse ele.
Brasileiros em Gaza
O governo brasileiro informou que a comunicação por internet em Gaza, que estava interrompida desde sexta-feira, 27 foi restabelecida neste domingo. A embaixada brasileira na Cisjordânia conseguiu conversar via WhatsApp com todos os integrantes do grupo de cerca de 30 brasileiros que aguarda a abertura de fronteira com o Egito para voltarem ao Brasil.
Segundo o embaixador Alessandro Candeas, na região de Khan Yunis há relatos de problemas para conseguir acesso a água e gás e de proliferação de mosquitos. Algumas das crianças estão gripadas e com irritação nos olhos. “Conseguimos um médico árabe de Jerusalém que vai fazer atendimento a distância para os brasileiros”, afirmou embaixador. O Governo Federal segue monitorando diariamente a situação.
Desde o início da Operação Voltando em Paz, instituída pelo Governo Federal para retirar brasileiros da zona de conflito no Oriente Médio, 1.413 passageiros foram resgatados de Israel. São 1.410 brasileiros, três bolivianas, além de 53 animais de estimação que voltaram em oito voos comandados pela Força Aérea Brasileira (FAB).