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POLÍCIA

Alexandre Nascimento é exonerado da presidência do Iapen em meio a escândalo

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O governo do Acre anunciou a exoneração do policial penal Alexandre Nascimento de Souza da presidência do Instituto de Administração Penitenciária (Iapen), conforme o Decreto nº 6.932-P, publicado em edição extra do Diário Oficial do Estado nesta quarta-feira, 29. A saída de Souza ocorre a pedido de Nascimento e em um momento conturbado, marcado por denúncias graves de assédio moral contra ele.

Quem assumirá interinamente a presidência da autarquia será o delegado de Polícia Civil, Marcos Frank Costa e Silva, atualmente diretor Operacional da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp).

A exoneração de Souza ocorre em meio a um escândalo envolvendo acusações de assédio moral contra policiais penais do Acre. Segundo matéria publicada em primeira mão pelo Na Hora da Notícia, a Associação dos Servidores do Sistema Penitenciário do Acre (ASSPEN) divulgou uma Nota de Repúdio em resposta às alegações de que Nascimento estaria praticando assédio moral contra os policiais penais.

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De acordo com relatos enviados à redação do NHN, os assédios e ameaças supostamente teriam origem em um suposto caso amoroso entre Nascimento e a filha de uma policial penal que também trabalha no Iapen. Segundo as denúncias, a esposa de Nascimento descobriu a traição, confrontou a suposta amante e, em um ato de vingança, teria espalhado fotos e vídeos do caso pelas dependências do órgão.

Em um áudio enviado ao NHN, um policial penal narra que a esposa do diretor não apenas expôs a traição, mas também agrediu fisicamente a jovem envolvida, que trabalha diretamente com Nascimento. “A conversa que chegou, da fofoca, é que a esposa do diretor descobriu que ele tinha um caso com a filha de uma servidora, ‘uma novinha’, que ela tinha fotos e vídeos da traição, imprimiu e foi até a sede do órgão e começou a colar nas paredes. Em seguida, ela foi até o gabinete dele e pegou a menina, que trabalha com ele. Dizem que ela montou na menina e deu uma surra nela”, relatou o policial.

A mãe da jovem, também policial penal, teria tentado registrar um boletim de ocorrência contra a esposa do diretor, mas foi impedida sob ameaça de exoneração tanto dela quanto de seu marido e filha, conforme as denúncias.

Após a divulgação as denúncias, o assunto chegou a ser comentado na Assembleia Legislativa do Acre, onde policiais penais femininas relataram que uma colega chorou ao falar sobre o assédio moral praticado por Nascimento. Nesta quarta-feira (29), Nascimento deveria participar de uma reunião no âmbito da Comissão de Direitos Humanos e Segurança Pública na Aleac, mas, o agora ex-diretor do Iapen, decidiu não comparecer.

A deputada Michelle Melo disse que, infelizmente, já esperava essa atitude, pois no momento em que seu requerimento foi rejeitado, Alexandre não tinha nenhuma obrigação de comparecer, o que de fato aconteceu. “Geralmente os que são muito valentões dentro de uma sala com mulheres não têm valentia suficiente para comparecer perante as autoridades. Fizemos o requerimento de convocação, mas esse requerimento foi rejeitado. Mediante o convite, o que aconteceu? O valentão não compareceu, mostrando desrespeito não só às servidoras públicas, às trabalhadoras que estão sob sua autoridade, mas também a esta casa legislativa”, disse Michelle.

A parlamentar garantiu que irá novamente apresentar o requerimento para convocar o diretor Alexandre, a fim de oportunizar a ele a possibilidade de esclarecer as denúncias. “Como presidente da Comissão dos Direitos Humanos, nós estaremos colocando nesta casa, novamente, o requerimento de convocação, para que ele venha convocado, obrigado a comparecer perante este poder. Nós não deixaremos passar o tamanho desrespeito de um gestor público para com essas policiais penais, que até hoje se sentem indignadas e humilhadas”, concluiu.

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O deputado e policial penal, Arlenilson Cunha, abriu e conduziu a reunião, mesmo com a ausência de Alexandre, conforme devidamente acordado entre os deputados da base do governo, já que a oposição queria desde já a convocação e não o convite. Na reunião, com a participação do líder do governo na Casa, deputado Manoel Moraes, a situação se complicou para Alexandre. Ele perdeu a oportunidade de comparecer através do convite e será então convocado, podendo sofrer sanções legais caso não compareça.

“Isso caracteriza um total desrespeito com esta casa”, disse Arlenilson Cunha, que ainda alertou o colega: “Eu acredito que o presidente do Iapen é conhecedor da legislação e sabe que, não comparecendo a essa convocação, ele conhece as implicações e as responsabilidades perante o Código Penal”, finalizou Arlenilson.

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