POLÍCIA
Fuga de Mossoró foi coisa de cinema, diz detento capturado
Rogério da Silva Mendonça, um dos fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró (RN) capturados na semana passada, relatou a fuga como um “bagulho de filme”. Com autorização da Justiça, a PF (Polícia Federal) estava monitorando ligações telefônicas dos fugitivos. O programa “Fantástico”, da TV Globo, exibiu no domingo (7.abr.2024) trechos dos áudios capturados.
Em um deles, Rogério conversa com uma mulher. Ele disse: “O bagulho foi cerradinho, se tu ver, eu passei por um imprensado grande, grande, grande, mesmo assim, se tu ver, um bagulho de filme mesmo. Um monte de helicóptero, um monte de drone. Foi Deus mesmo que me salvou. Os caras bem pertinho de nós, passando assim e nós sentido os ‘chulé’ da bota dos caras”.
Rogério e Deibson Nascimento fugiram da penitenciária de segurança máxima em 14 de fevereiro. Foi a 1ª fuga na história do sistema penitenciário federal. Foram capturados em 4 de abril, 50 dias depois da fuga. Entenda como os bandidos escaparam do presídio neste vídeo (58s).
Em outro trecho da conversa, Rogério disse: “Eu tô livre e curtindo a vida. E tô bem, graças a Deus, cheio de saúde, força, liberdade, pegando um ventozão [sic] aqui. Tá ótimo demais. Eu pensava que nunca mais ia ver isso”.
Nos áudios, Rogério detalhou alguns dos movimentos da dupla depois de escaparem do presídio. Ele e Deibson foram presos junto a 4 pessoas pela PF em Marabá (PA) a cerca de 1.600 km da penitenciária de onde fugiram.
“Eu acho que não vai mais 1 mês, porque agora nós atravessamos uma parte por água. Estamos aqui nesse lugar, tipo uma ilha, esperando alguém buscar nós”, disse, em referência à Ilha de Mosqueiro, no Pará. Essa pessoa, segundo ele, essa pessoa os levaria para fora do Brasil.
Conforme as investigações, os 2 detentos ficaram em Icapuí (CE) e viajaram de barco por 6 dias pela costa. O objetivo era chegar à Bolívia.
Depois da captura, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, disse que o governo empregou “todos os esforços possíveis para localizá-los” nas buscas in loco e que 50 dias é considerado um prazo “dentro dos paradigmas internacionais”, tendo em conta a dimensão do Brasil, a Zona de Mata e as chuvas que atingiram o local.
“É preciso lembrar que nós estamos lutando contra o crime organizado, a palavra já diz tudo. São altamente organizados, a polícia é também muito organizada, ela os localizou a partir de dados, telefonemas celulares e testemunhas que pudessem ter revelado a passagem por diversos locais. O monitoramento significa o acompanhamento e não que estivessem no radar permanentemente”, declarou o ministro.