A Polícia Civil investiga se o governador do Acre, Gladson Cameli, seria o alvo dos criminosos que invadiram a casa do ex-prefeito Zezinho Barbary e o sequestraram na última quarta-feira (27) em Porto Walter, no interior do estado.
A informação é que o governador tinha dormido na casa do ex-gestor dias antes do assalto e sequestro, o que levantou essa suspeita.
Ao g1, o governo informou que assim que Segurança Pública recebeu a informação sobre a possibilidade de Cameli ser o alvo dos criminosos, o chefe e subchefe da Casa Militar foram acionados para que tomassem as medidas necessárias e a segurança do governador já foi reforçada.
Além disso, equipes das polícias Militar e Civil foram deslocadas para a cidade de Porto Walter para fortalecer as ações na regional e elucidar o caso.
Sem dar detalhes para não atrapalhar as investigações, o delegado responsável pelo caso, Vinicius Almeida, disse que nenhuma hipótese foi descartada até o momento. “Essa hipótese está sendo apurada pela polícia.”
Além do ex-prefeito, o empresário Cleber Pedrosa também foi alvo dos bandidos já na manhã de quinta-feira (28). Os dois foram sequestrados e levados para o do Rio Mirim, local de tráfico na região do Juruá. Em seguida, foram libertaram e os criminosos fugiram em embarcações.
Conforme a polícia, o grupo criminoso levou mais de R$ 30 mil das vítimas. Ainda segundo o delegado, a maioria dos suspeitos já foi identificada e as investigações continuam. Ao menos oito bandidos participaram da ação.
“Como as vítimas foram libertadas, o plano depois foi fazer as investigações. Uma equipe se deslocou à cidade de Porto Walter, ouvimos todas as vítimas, fizemos trabalho papiloscópico e será realizado trabalho pericial nas imagens do HD de umas das residências. Os autores já estão identificados e, certamente, serão responsabilizados pelos crimes que cometeram”, afirmou Almeida.
Zezinho Barbary, ex-prefeito de Porto Walter, foi sequestrado na manhã de quarta-feira (28) — Foto: Arquivo pessoal
Assalto e sequestro
O g1 conversou com Barbary logo após ele ser libertado. Ainda abalado, ele contou que foi abordado em sua casa por volta das 23h de quarta (27) por cerca de seis a oito criminosos. Armados, eles pediam dinheiro e conseguiram roubar cerca de R$ 8 mil que ele tinha em casa.
Não satisfeitos, os bandidos decidiram ir até a casa do empresário Cleber Pedrosa já quando estava amanhecendo. No carro do ex-prefeito e levando ele como refém, eles buzinaram em frente da casa para que o empresário abrisse o portão e, como ele não abriu, esperaram uma empregada chegar e renderam a mulher.
“Quando a secretária chegou, eles disseram pra eu pedir que ela abrisse o portão para falar com Pedrosa. Ela abriu e uns quatro bandidos renderam a mulher para entrar na casa. Eu fiquei dentro do carro. Depois, eles fizeram com que a esposa do Pedrosa saísse até uma empresa deles para pegar dinheiro e nos deixaram amarrados na casa, e quando ela retornou, eles nos levaram em nossos carros como reféns até o Rio Mirim”, disse o ex-prefeito.
No rio, já havia embarcações esperando pelos criminosos, segundo Barbary, e eles então deixaram os dois reféns no local e fugiram. Ao retornarem no ramal, os dois encontraram a polícia que fazia buscas por eles na região.