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POLÍCIA

Julgamento de PF acusado de matar jovem em boate entra no 3º dia; veja detalhes

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O júri acontece na Cidade da Justiça/Foto: ContilNet

Chegando ao terceiro dia de julgamento, o juiz Alesson Braz definiu esta sexta-feira (27) como a data limite para proferir a sentença de Victor Campelo, acusado de matar jovem Rafael Frota, na boate Set Clube, em julho de 2016.

Terceiro dia de julgamento do policial federal Victor Campelo/Foto: Reprodução

Entretanto, há expectativa de que a sentença seja anunciada nesta quinta-feira (26). Todas as testemunhas já foram ouvidas nos últimos dois dias de julgamento.

Agora, os advogados de defesa e a Promotoria do Ministério Público irão debater sobre as oitivas e as provas apresentadas. É o momento em que ambas as partes apresentarão seus argumentos.

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Rafael Frota morreu após ser baleado na boate/Foto: Reprodução

Após o debate, poderá ocorrer ou não a réplica ou tréplica. A decisão será do magistrado.

Segundo apuração feita pela reportagem do ContilNet, há uma tendência de que o réu Victor Campelo seja inocentado, após alegar legítima defesa.

O que disse o PF em depoimento? 

Victor contou sobre a noite em que aconteceu a briga, que resultou na morte do jovem Rafael. “Eu estava no Loft e fui para a Set Club com alguns amigos, no meu carro. No Loft eu não ingeri bebida alcoólica. Na Set, ficamos perto do palco, eu vi a Yasmin mas ela estava conversando com umas pessoas, depois de um tempo eu tive vontade de ir ao banheiro e parei para falar com a Yasmin”, diz.

Depois disso, Victor conta que teve a percepção de que Lavínia, a namorada na época, tinha tomado um empurrão e interviu na situação. “Entrei no meio deles dois para tirar a Lavínia de lá. Nisso, ele já veio xingando e ele me deu um soco no rosto e eu caí no chão. Eu acho que cai desacordado, porque só lembro que tava no chão, então eu vi os ‘caras’ em cima de mim, me agredindo. Eram uns três me agredindo de todas as formas”, contou.

Victor continuou contando que havia uma pessoa em cima dele e outras duas o agredindo nas laterais. “Nesse momento eu puxei minha arma, que estava no meu coldre na frente, eu puxei a arma e pensei em apontar para cima. Eu efetuei 4 disparos. Eu não lembro do momento em que eu me atingi”, diz.

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“No momento que eu efetuei os disparos, eles saíram de cima de mim, eu peguei a arma junto do meu corpo, quando eu sentei para levantar, me agarraram pelas minhas costas para tentar pegar minha arma mas não conseguiram. Alguém chutou minha mão e minha arma voou, quando eu levantei eu vi que eu estava baleado e acho que minha pressão caiu, então eu caí e me levantaram e eu já perguntei pela minha arma”, lembrou Victor.

Notícia da morte de Rafael

Victor contou que não sabia quem havia sido atingido e recebeu com pesar a notícia da morte do estudante Rafael Frota.

“Foi um baque. Vou levar para o resto da minha vida independente do resultado aqui. A Lavínia falou que eu falava muito do rapaz e da mãe dele. Sempre tive muita serenidade para entender a dor da família”, explica.

“Talvez o desespero”

Victor lembrou também sobre o soco que tomou no rosto, no início da confusão. “Eu peguei o soco, cai e bati no chão. Eu só lembro de afastar a Lavínia do rapaz e tomar um soco, não lembro de cair, só de estar no chão”, disse.

O réu contou que no momento, não houve briga em pé. “Talvez o desespero tenha feito ele atirar na própria perna. Não houve luta, houve agressão. Eu não bati nele, ele me bateu. Eu me defendi com o que eu tinha que era a arma”.

“Minha mãe reza o tempo inteiro”

O réu foi perguntado sobre a reação da mãe com relação ao processo, e Victor respondeu que a mãe reza o tempo inteiro. “Minha mãe é religiosa para caramba. Ela queria vim, meus irmãos queriam vim e meu pai de criação veio comigo. Ela ficou lá rezando, mas não poderia vim não”, disse.

Madrugada de 2 de julho de 2016

O policial federal deu continuidade na fala e contou que o arrependimento que ele tem, com relação à madrugada de 2 de julho de 2016, é ter saído de casa.

“Só me arrependo de sair de casa. Quando a gente sai de casa para arrumar problema a gente espera que ele venha, mas quando a gente sai sem querer arrumar problema e vem uma situação que não tem pra onde correr”, disse.

O réu também falou sobre a bala que ficou alojada em sua perna. “A munição que a gente usa é aquela do dia a dia, da ponta oca, quando tem o impacto dela, ela abre. Ficou uns 9 pedaços dela na minha perna. É mais arriscado fazer cirurgia para tirar do que deixar lá, então estão lá até hoje”.

“Desculpa”

Ao final, Victor falou que sempre foi sensível à situação da família de Rafael e contou que recebeu uma ligação de uma irmã perguntando se o policial federal se lembrava do momento em que soube da morte de Rafael e ele quis abraçar a mãe.

Após isso, Victor virou-se em direção à mãe de Rafael e pediu desculpas. “Peço desculpa pelo fato. Sinto muito por ter perdido o filho da senhora. Sinto muito de verdade, não sou uma pessoa ruim que queria fazer mal para a senhora”.

O interrogatório de Victor Campelo foi encerrado e o julgamento retorna nesta quinta-feira (26), em seu terceiro dia.

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