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POLÍCIA

Suspeitos por golpe dos nudes ostentavam vida de luxo na web: “Ganho din deitado”

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Suspeitos por golpe dos nudes ostentavam vida de luxo na web e exibiam armas Foto: Divulgação/Polícia Civil

Presos pela Polícia Civil em uma operação contra organização criminosa que aplicava o golpe dos nudes em diversos estados do Brasil, os suspeitos de liderarem o esquema ostentavam uma vida de luxo nas redes sociais. Eles exibiam alta quantia de dinheiro – em real e dólar-, carros luxuosos e armas de fogo.

Em mensagens obtidas na investigação realizada pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul, um dos investigados afirmou: “Vou em 30 cara por dia. Nem tráfico dá tanto din do que eu faço. Ganho din deitado (sic)”.

Segundo a Polícia Civil, o grupo entrava em contato com homens de classe média-alta por meio de perfis falsos de mulheres jovens, em redes sociais, para obter fotografias das vítimas nuas. A partir de então, as lideranças iniciavam uma série de graves extorsões, passando-se inclusive por delegados de polícia do Rio Grande do Sul.

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Polícia apurou que suspeitos de chefiarem organização criminosa que aplicava golpe dos nudes exibiam vida de luxo
Polícia apurou que suspeitos de chefiarem organização criminosa que aplicava golpe dos nudes exibiam vida de luxo

Foto: Divulgação/Polícia Civil

Durante as investigações, também em troca de mensagens obtidas pela polícia ao qual o Terra teve acesso, um suspeito explicou como funcionava todo o equema do golpe. Ele relatou ter até vídeo de uma mulher em delegacia. Neste vídeo, a moça diz ser mãe da suposta jovem e mostra estar fazendo uma denúncia à polícia contra as possíveis vítimas.

Esse suspeito também afirmou que as contas que passava para o depósito ou PIX ser realizado pelas pessoas que caíam no golpe, eram de laranjas. “É toda uma engenharia social”, escreveu.

Na primeira foto, mulher segura certidão de óbito; na segunda, mulher está em delegacia; imagens eram usadas para enganar vítimas
Na primeira foto, mulher segura certidão de óbito; na segunda, mulher está em delegacia; imagens eram usadas para enganar vítimas

Foto: Divulgação/Polícia Civil

A Polícia Civil também identificou que os criminosos apresentavam falsas certidões de óbitos das supostas jovens, falsos acordos de tratamento psicológico e também tinham vídeos gravados em uma funerária, já que muitas vezes, após o recebimento de valores, continuavam exigindo dinheiro. Eles alegavam que tinha a necessidade de submeter a jovem a tratamento psicológico.

Em um dos casos analisados pela investigação, eles também exigiam o depósito de valores para o enterro da adolescente afirmando que, em razão dos graves danos psicológicos sofridos, teria atentado contra a própria vida.

Suspeitos mandavam vídeos em funerária para vítimas fingindo que suposta jovem que enviou fotos se matou
Suspeitos mandavam vídeos em funerária para vítimas fingindo que suposta jovem que enviou fotos se matou

Foto: Divulgação/Polícia Civil

Investigação corre há 11 meses

Em coletiva de imprensa, o delegado Rafael Liedtke explicou que as investigações tiveram início há onze meses, com a prisão em flagrante de um suspeito, no município de Cachoeirinha (RS). Com ele foi apreendida uma pistola Taurus calibre .9mm e um veículo Mercedes-Benz, avaliado em R$160 mil.

“O esquema era perfeitamente delineado, com vasto material que auxiliava na ilusão das vítimas e que era transmitido entre os criminosos. Para a produção do material, os investigados inclusive aliciavam adolescentes, que mandavam fotografias, áudios e vídeos sob remuneração e até mesmo sob ameaças”, disse Liedtke.

Suspeitos por golpe dos nudes ostentavam vida de luxo na web
Suspeitos por golpe dos nudes ostentavam vida de luxo na web

Foto: Divulgação/Polícia Civil

A segunda etapa do esquema era a receptação do produto das extorsões por pessoas também aliciadas pela organização. Essas, posteriormente distribuíam o dinheiro entre laranjas, remunerados pelo grupo criminoso, até que o dinheiro voltasse para os responsáveis pelas extorsões.

Ainda de acordo com o delegado, os valores retornavam para os líderes, sustentando luxos deles e de seus familiares, e também eram distribuídos para outros criminosos, em sua maioria presos e que usavam do dinheiro para obterem regalias nas cantinas dos estabelecimentos prisionais. Além de todos esses crimes, parte do lucro da organização criminosa era usada para o tráfico de drogas e de armas.

Operação e prisão de suspeitos

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul, com apoio de policiais civis de Santa Catarina, deflagrou nesta segunda-feira, 29, a Operação Cantina, que resultou na prisão de 33 suspeitos de participar do golpe dos nudes. Segundo a PC-RS, a organização criminosa interestadual é investigada pelos crimes de lavagem de dinheiro, tráfico de drogas, porte ilegal de munições e armas de fogo, extorsões e corrupção de menores.

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Além das 33 pessoas presas durante a ação, a polícia também apreendeu veículos, armas de fogo, munições, dinheiro em espécie, entre outros bens. A operação contou com 150 policiais civis dos dois estados e com o apoio aéreo do helicóptero da Polícia Civil gaúcha.

Suspeitos por golpe dos nudes ostentavam grande quantia em dinheiro, em real e dólar
Suspeitos por golpe dos nudes ostentavam grande quantia em dinheiro, em real e dólar

Foto: Divulgação/Polícia Civil

No Rio Grande do Sul, a operação ocorreu nas cidades de Porto Alegre, Canoas, Cachoeirinha, Gravataí, Alvorada, Viamão, Tramandaí e Imbé. Já em Santa Catarina, nos bairros Ingleses e Carianos, localizados na cidade de Florianópolis.

Como os nomes dos suspeitos não foram divulgados, o Terra não conseguiu localizar a defesa deles até a última atualização desta reportagem. O espaço segue aberto para manifestações.

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