POLÍCIA
Testemunha diz que não houve briga entre sargento e soldado antes das mortes no DF
Um dos policiais que estava na viatura no momento em que um sargento atirou na cabeça de um soldado, e depois tirou a própria vida, no Distrito Federal, afirmou que não houve briga ou desavença entre os dois. O caso ocorreu na manhã de domingo, 14, no Recanto das Emas. O caso é investigado.
De acordo com TV Globo Brasília, após o ocorrido, o sargento sobrevivente, que também estava na viatura, contou à Polícia Civil o que ocorreu. Os três foram atender a uma ocorrência de maus tratos contra uma criança, e quando chegaram ao local apontado, nada se confirmou.
Então, os policiais pararam a viatura em frente uma sorveteria. O soldado Yago Monteiro Fidelis, de 31 anos, que estava na direção do veículo, não desembarcou, e esperou até que os dois sargentos tomassem sorvete e voltassem. Quando retornaram ao carro, houve os disparos.
O delegado Fernando Fernandes afirmou à emissora que o Sargento Paulo Pereira De Souza, de 46 anos, estava no banco de trás da viatura, e efetuou o disparo na cabeça de Yago com a arma da corporação. Em seguida, ele tira a própria vida. O Sargento morreu no local, enquanto o soldado foi socorrido ao Hospital de Taguatinga, mas não resistiu aos ferimentos.
O outro sargento, que também estava no veículo, foi encaminhado a uma UPA da cidade, onde foi atendido e liberado. Ele foi ouvido na delegacia, e deve prestou novo depoimento em breve.
“Naquele momento, o sargento sobrevivente imaginou, segundo ele, que os tiros viessem de fora. Possíveis bandidos aqui da região disparando contra a viatura. Só depois então que ele percebeu a dinâmica, quando viu o soldado baleado com um tiro na cabeça, na parte posterior, na nuca, e o sargento que cometeu suicídio, ainda com a arma na mão”, esclarece o delegado.
Não tinha atestado
De acordo com a comandante geral da Polícia Militar do Distrito Federal , Ana Paula Barros Habka, o sargento Paulo havia sido liberado há alguns meses por uma junta médica da PM para voltar ao trabalho.
“Atestado ele não tinha, isso eu afirmou. Ele estava pronto para o serviço. Ele me parece que foi apresentado a uma junta médica há alguns meses, e liberado para trabalhar na rua. Agora, se algum problema depois dessa junta médica, familiar ou profissional aconteceu, isso aí a gente vai identificar através das investigações”, detalha.
Ela, que assumiu o cargo no último dia 9, afirmou que a principal pauta a ser debatida, é a saúde mental dos policiais. “Tenho reunião marcada nesta semana com o alto comando, porque a gente não pode esperar mais: é cuidar do policial. Chamei o departamento de saúde e os demais pra gente impor uma estratégia, mas aquela imediata. Não é ‘vamos pensar, montar um grupo de trabalho’, não, é imediato”, ressaltou.
Ao Terra, a Polícia Civil informou que o caso é investigado pela 27ª DP do Distrito Federal, mas não deu mais detalhes sobre a ocorrência. A Corregedoria da Polícia Militar também deve acompanhar as investigações. A PMDF divulgou uma nota de pesar, lamentando a morte dos dois policiais, se solidarizando com a família.
Atenção! Em caso de pensamentos suicidas, procure ajuda especializada como o CVV (Centro de Valorização da Vida), que funciona 24 horas por dia (inclusive aos feriados) pelo telefone 188, por e-mail, chat ou pessoalmente. Confira um posto de atendimento mais próximo de você.