POLÍTICA
Bolsonaro volta a defender o remédios ineficazes contra a Covid
Dois dias após a Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitar o arquivamento de sete investigações abertas a partir da CPI da Covid, incluindo a que o acusava de charlatanismo, o presidente Jair Bolsonaro voltou a defender nesta quarta-feira a utilização da cloroquina contra a Covid-19. O remédio é comprovadamente ineficaz contra a doença. A fala de Bolsonaro ocorreu durante evento no Conselho Federal de Medicina (CFM).
“Me curei (com cloroquina). No dia seguinte estava bom. Se foi em função disso ou não…Para mim foi, pode ser que não seja. Mas aqui no Brasil foi proibido praticamente falar de tratamento precoce”, disse Bolsonaro em sua fala.
Em 2021, um painel de especialistas da Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou que a hidroxicloroquina — um derivado da cloroquina — não deve ser utilizada contra a Covid-19. A mesma conclusão foi alcançada por um estudo brasileiro publicado em abril no periódico científico The Lancet Regional Health – Americas.
Em sua fala, Bolsonaro criticou a CPI da Covid e afirmou que a comissão só foi para frente porque ele não aceitou a proposta de que governadores e prefeitos poderiam comprar vacinas.
“Como não aceitamos isso daí, me acusaram no final de charlatanismo. Eu que tomei cloroquina. Com todo respeito, eu estudei. Lógico que alguns dos senhores, alguns concordam comigo, outros não. É um direito, é uma autonomia”.
O presidente foi aplaudido pelos presentes ao se referir ao vice-presidente da comissão, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), como “Randolfe fala fino Rodrigues”.
O evento não consta na agenda da Bolsonaro, mas foi divulgado pela equipe que cuida da pré-campanha do presidente e pelo CFM. De acordo com o conselho, foram discutidos foram “pontos considerados fundamentais para a melhoria das condições do atendimento da população do país”.
Em manifestação enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF) na segunda-feira, a vice-procuradora-geral Lindôra Araújo pediu o arquivamento da investigação de Bolsonaro foi charlatanismo, pela propagação e defesa do chamado “tratamento precoce”. Para a PGR, a prática criminosa não pode ser atribuída ao presidente, uma vez que o uso da cloroquina para tratamento do coronavírus foi objeto de pesquisas pela comunidade médica e científica e que Bolsonaro não sabia da “absoluta ineficácia” dos “fármacos cloroquina e hidroxicloroquina no combate ao novo coronavírus”.
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Fonte: IG Política