POLÍTICA
Datena confronta jornalista da Globo e sugere que Nunes e Boulos não sejam ‘marionetes’ de Bolsonaro ou Lula
Candidato à prefeitura de São Paulo pelo PSDB, José Luiz Datena declarou nesta terça-feira, 6, que é contra a polarização e que, na possibilidade de um segundo turno, não apoiaria nenhum dos outros candidatos. “Eu espero que nenhum desses caras possa ser eleito, para que eu possa sonhar. Sou contra a polarização, contra essa história das mesmas caras, do Ricardo Nunes [atual prefeito] ser marionete do [ex-presidente Jair] Bolsonaro, ou do [Guilherme] Boulos ser do [atual presidente] Lula. Aconselho a estes dois candidatos a deixarem de ser marionete. Tem que ter identidade própria”, afirmou em sabatina realizada pelo G1.
Ao ser questionado pela apresentadora Natuza Nery sobre a segurança pública, o jornalista apontou que a cracolândia é um problema “mais complexo do que se parece para se resolver”. Contudo, após 6 minutos de resposta, a apresentadora Natuza Nery conseguiu interromper o candidato – após inúmeras tentativas – e perguntou se ele sabia o que significava a expressão manterrupting.
O termo é utilizado para indicar um homem que interrompe uma mulher de forma desnecessária em ocasião específica. Após a chamada de atenção da apresentadora, Datena seguiu a entrevista falando sobre temas como segurança pública, saúde e moradia.
Rompimento com Tabata Amaral
Antes de o apresentador de TV ter oficializado sua candidatura à prefeitura da capital, ele negociava com a também candidata Tabata Amaral (PSB) a composição da chapa como vice-prefeito. Na sabatina, ele negou que tenha traído a agora adversária de pleito.
“Em nenhum momento eu traí a Tabata. Eu a defendi quando disseram que ela traiu o partido. Ela saiu do partido como traidora. Eu queria ser vice dela”, disse Datena. “A Tabata queria mais minutos de TV. Ela me trocou por um minuto, eu não sou relógio. Ela trocou um ativo importante do partido dela”, argumentou.
Apesar do rompimento, o candidato alega que não vai “polemizar” com Tabata e que tem muito carinho por ela e pela família: “Nossas origens são parecidas”.
Segurança Pública
José Luiz Datena destacou na conversa que “não tem medo de bandido” e que pretende enfrentar o problema de segurança pública na cidade reforçando o armamento da GCM (Guarda Civil Metropolitana), além de combater a corrupção adotando o uso de câmeras corporais para auditores fiscais da administração.
O pleiteado alega que a inclusão de câmeras corporais em forças de segurança “está dando certo” e que, por isso, sua gestão também será a favor da continuidade do projeto.
O candidato também fez outros comentários a respeito de um problema crônico da capital: a cracolândia, espaços no centro de São Paulo que foram dominados pelo tráfico e uso de entorpecentes. “Todos os atores da segurança pública têm que funcionar. Não dá pra resolver o problema da cracolândia sendo apenas prefeito. Tem que contar com a ajuda do governo do Estado, com as polícias Civil e Militar, Justiça, MP”, argumentou.
Para Datena, sua gestão terá a visão de que o dependente químico deve ser tratado e deve ter direito ao tratamento.
Moradia e infraestrutura
Quando questionado sobre propostas para moradia na cidade de São Paulo, Datena afirma que pretende atrair empresas para as regiões periféricas por meio da isenção de IPTU. Além disso, ele diz estas empresas deverão contratar obrigatoriamente pelo menos 20% de mão de obra local para erguer essas moradias.
“Vamos atrair empresas de logística e tecnologia para periferias, desonerando o cidadão. Não pode prefeitura rica e povo pobre. Independência e transparência acima de tudo”, diz.
Em relação à infraestrutura da cidade, o pleiteado afirma que pretende resolver o “problema das galerias que são da época do Império”. De acordo com o candidato, o problema principal é na região central de São Paulo e que é preciso evitar que áreas com várzeas de rio sejam objetos de especulação imobiliária.
Saúde
Na área da saúde, Datena declarou que é preciso agilizar os atendimentos médicos especialistas para pessoas que precisam realizar exames na cidade.
“Temos que contratar mais médicos e enfermeiros para reduzir essas filas. Pelo menos em cada subprefeitura tem que ter pelo menos um dispositivo de saúde. Cada subprefeitura vai ter que ter um hospital ou uma UBS aberta 24h por dia”, propôs.