POLÍTICA
Ex-prefeito do AC é denunciado por falsificação, extorsão, sonegação fiscal e caça ilegal após prisão por posse de armas
Após ser preso por posse de armas, o ex-prefeito do município de Bujari, no interior do Acre, Romualdo de Souza Araújo, e sua esposa, Samara Nogueira Oliveira, agora enfrentam denúncias ainda mais graves. O Ministério Público do Acre (MP-AC) apresentou uma denúncia contra o casal, acusando-os de falsificação de documentos, extorsão, sonegação fiscal e caça ilegal, todos relacionados a uma transação imobiliária fraudulenta.
Araújo, que foi prefeito de Bujari entre 2017 e 2020, já havia sido preso anteriormente por posse irregular de armas de fogo. Durante uma busca e apreensão em sua propriedade, a polícia encontrou duas espingardas, munições e seu celular. Ele foi solto após pagar fiança de R$ 3 mil.
A denúncia do MP-AC alega que o casal inseriu informações falsas em documentos referentes à venda de um terreno, com o objetivo de ocultar o valor real da transação e evitar o pagamento adequado de impostos. Embora o terreno tenha sido vendido por R$ 700 mil, o contrato apresentava um valor de apenas R$ 80 mil.
Segundo a denúncia assinada pelo promotor de Justiça Antônio Alceste Callil, após a venda do terreno, os compradores foram pressionados a não registrar o valor real da transação no cartório. Além disso, o ex-prefeito ameaçou as vítimas, alegando que membros de uma facção criminosa exigiriam um pagamento adicional de R$ 70 mil.
As investigações também revelaram o envolvimento de Araújo com membros de uma facção criminosa, por meio de pagamentos para intimidar o corretor de imóveis inicialmente envolvido na negociação. Mensagens acessadas durante a investigação indicam a relação do ex-prefeito com os integrantes dessa organização criminosa, visando obter vantagens políticas.
Além desses crimes, Araújo é acusado de caça ilegal por ter matado um animal silvestre sem a devida autorização ambiental, conforme relatado pela polícia.
Diante das evidências apresentadas, o MP-AC solicitou a condenação dos denunciados, bem como o pagamento de indenização por danos morais às vítimas. Também foi requisitado o desmembramento do processo para que as acusações de participação em organização criminosa sejam encaminhadas à Vara de Organizações Criminosas de Rio Branco, que possui competência para julgar casos dessa natureza. O promotor de Justiça também solicitou cópias da denúncia para comunicar ao Ministério Público Federal sobre o envolvimento do ex-prefeito em atividades criminosas relacionadas a facções.