O advogado Mateus de Moura Lima Gomes, preso pela Polícia Federal (PF) em 2018, foi designado pelo governo Lula, nesta quarta-feira (24/8), como conselheiro consultivo da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Ele foi oficializado na função como representante da Câmara dos Deputados, com mandato até fevereiro de 2026.
A designação de Gomes foi assinada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, que exerce a Presidência em razão da viagem de Lula à África.
No momento da prisão, Gomes foi flagrado pela PF tentando esconder R$ 3 mil em dinheiro na privada de casa. O advogado havia sido vice-presidente da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e foi apontado como operador financeiro do então vice-governador de Minas, Antonio Andrade.
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Ambos foram alvos da operação Capitu, da PF. A investigação apurava um suposto esquema de corrupção no Ministério da Agricultura durante o governo Dilma Rousseff.
Na operação, foram cumpridos 19 mandados de prisão. Entre os presos, além de Gomes e Andrade, estava o empresário Joesley Batista, dono da JBS.
De acordo com as investigações da PF, o esquema funcionava com o pagamento de propinas da JBS a partidos, políticos e servidores do Ministério da Agricultura. Seis escritórios de advocacia atuavam na distribuição do dinheiro.
Segundo a PF, a propina era repassada em dinheiro vivo, dentro de caixas de sabão em pó, malas e caixas de sapato.
A JBS teria sido beneficiada com medidas como a regulamentação da exportação de despojos bovinos, proibição do uso de medicamentos veterinários e a federalização das inspeções de frigoríficos.
A coluna entrou em contato com a assessoria do vice-presidente, mas não obteve resposta até o momento. O espaço segue aberto.
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