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POLÍTICA

Professores de universidades reclamam que Haddad não os recebe

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Em primeira reunião com o Ministério da Fazenda desde o início da greve docente, a direção do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN) foi recebida, na tarde desta terça-feira (18/6), pelo secretário de Política Econômica, Guilherme Mello, que representou o ministro Fernando Haddad.

Os representantes do sindicato, porém, reclamaram por não terem sido recebidos pelo próprio titular da pasta, que é professor universitário e ex-ministro da Educação. Durante o horário da reunião com o sindicato docente, Haddad tratava do Plano Safra com o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, no mesmo prédio, o bloco P da Esplanada dos Ministérios.

“Nós trouxemos para essa mesa a apresentação da nossa pauta, especificamente relacionada ao orçamento. Então, o debate foi direcionado para esse item”, disse Jennifer Susan Webb, primeira tesoureira do Andes, ao Metrópoles.

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Foram debatidas a campanha salarial do Andes — especialmente a contraproposta que traz um índice de correção ainda para 2024 (veja detalhes abaixo) — e a recomposição do orçamento nas instituições federais.

Segundo Jennifer, o secretário não conseguiu dar resposta sobre a questão da pauta salarial e sinalizou a defesa da proposta do governo como aquilo que é possível fazer nesse momento. “Ele disse que não é possível justamente porque para 2024 já estaria fechado todo o planejamento, a partir do que foi o ano passado e que nesse momento não seria possível o atendimento. Mas a gente sabe que tem categoria que recebeu”, afirmou ela.

Ainda segundo a tesoureira, o secretário não fez questionamentos sobre a greve da educação pública federal e mostrou desconhecimento sobre o movimento.

O Ministério da Fazenda foi procurado oficialmente para comentar as acusações do Andes e para mais informações sobre a reunião, mas não respondeu até a primeira publicação. O espaço segue aberto para novas manifestações.

O pedido de audiência com ministros foi feito no início da greve docente, em meados de abril. Os sindicalistas ainda não foram recebidos por nenhum deles, apenas por técnicos das pastas envolvida nas negociações. “Nenhum ministro atendeu a gente e essa é uma das nossas reivindicações, das nossas críticas também, inclusive ministros professores”, criticou Jennifer.

Greve

A greve de professores das carreiras do Magistério Superior (MS) e do Magistério do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico (EBTT) recém completou dois meses, em 15 de junho. Segundo o Andes, a paralisação atinge 62 instituições federais de ensino.

Na semana passada, o governo Lula (PT) fez um novo sinal aos docentes e propôs, por intermédio do Ministério da Educação (MEC), mexer com a carga horária e o registro de ponto eletrônico do EBTT, que contempla os professores dos institutos federais, mediante a revogação da Portaria nº 983/2020, editada pelo governo Jair Bolsonaro (PL).

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Manutenção da greve

Como mostrado mais cedo pelo Metrópoles, universidades e institutos federais terão até sexta-feira (21/6) para fazerem suas assembleias e deliberar sobre o acordo com o governo federal e o fim da greve docente. No domingo (23/6), a direção deverá reunir os resultados dessas assembleias.

Jennifer disse que a avaliação é que se tem “um ponto de inflexão” do governo, mas houve avanço nas pautas não-orçamentárias. “A gente está colocando isso para a categoria para ser avaliado em assembleia durante essa semana. No próximo final de semana, a gente vai pegar o levantamento dessas assembleias para poder ver qual vai ser o direcionamento para a semana seguinte.”

“A gente considera que se a gente tivesse encerrado no dia 27 [de maio], quando o governo deu o ultimato para a gente, com certeza a gente não teria avançado para essas conquistas da pauta das revogações que a gente também solicitava como prioritárias.”

Nas últimas semanas, instituições começaram a encerrar suas greves, algumas das quais não compõem a base do Andes, como é o caso da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Professores da UFSC aprovaram o fim do movimento paredista em assembleia realizada na segunda-feira (17/6).

No início de junho, professores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) decidiram pelo retorno às aulas em votação apertada.

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