Policial penal expõe desvalorização e controle das facções criminosas no Acre

Durante uma audiência pública realizada na Assembleia Legislativa nesta quinta-feira, 25 de abril, com o intuito de discutir a valorização dos servidores da Segurança Pública do Acre, o policial penal Eden Azevedo, presidente da Associação dos Policiais Penais, expôs a delicada situação em que se encontram os agentes de segurança. Em seu discurso no plenário da Aleac, Azevedo clamou por uma maior atenção do governo para as necessidades dos servidores, enfatizando a importância de valorizá-los por meio de Planos de Carreira mais efetivos. A audiência foi proposta pelo deputado Arlenilson Cunha (PL).

O policial revelou uma informação alarmante para o governo do Acre: as facções criminosas não apenas controlam os presídios, mas também exercem influência em todo o Estado. Ele atribuiu essa situação à desvalorização do sistema penitenciário e à falta de reconhecimento do trabalho dos policiais penais pelo governo. Azevedo destacou que os policiais penais até mesmo ministram cursos para agentes de segurança de outros locais, porém enfrentam sérias dificuldades, pois atualmente recebem o pior salário dentre os profissionais da segurança pública e ocupam a 23ª posição em remuneração no país. Além disso, enfrentam restrições impostas pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). O policial compartilhou um exemplo pessoal ao mencionar um colega que reside em condições precárias e não tem condições de adquirir moradia em um bairro mais adequado. Azevedo ressaltou que as consequências da política pública estadual se refletem na rebelião do Antonio Amaro, e pediu sensibilidade por parte do governo para lidar com essa situação.

Azevedo também criticou o governador Gladson Cameli por não atender às demandas da Polícia Penal, afirmando que os policiais penais estão sendo negligenciados e sofrendo com a falta de suporte do governo. Ele enfatizou a urgência das necessidades da categoria, destacando que os policiais penais são essenciais para manter a segurança nos presídios, mesmo diante das condições desafiadoras.