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Homem tem AVC após reação alérgica a castanha: ‘Escutei que ele havia morrido’

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Bruno Rodrigues, 28, e Beatriz Rodrigues, 23, estavam voltando da academia em março deste ano quando decidiram parar em um estabelecimento de alimentos naturais para comer castanha. Esse simples passeio mudou o rumo da vida do casal, que vive em São Paulo (SP).

Em depoimento ao Terra Você, Beatriz, que é enfermeira, conta como foi a reação alérgica que levou seu marido a ter um Acidente Vascular Cerebral (AVC) que transformou toda a dinâmica da família.

Em fevereiro, um mês antes do acidente, Bruno e Beatriz foram a um restaurante e pediram queijo de castanha para refeição. A enfermeira lembra que ele chegou a apresentar uma reação alérgica leve, mas que o casal não associou isso à oleaginosa.

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“O Bruno tem asma, então ele é bem alérgico a poeira e animais, não temos cachorro, gato, cortina, tapete, a casa sempre tem que estar bem limpa. Mas nunca havia tido uma reação que precisasse ir para o hospital”, conta Beatriz.

Beatriz lembra que após comer a castanha, o corpo de Bruno ficou vermelho, ele começou a suar muito e perdeu o oxigênio. A enfermeira diz que chamou um carro e chegou no hospital com o marido em 5 minutos, mas Bruno já estava em parada respiratória.

“Eu escutei que ele havia morrido. Quando eu estava em completo estado de choque, chegou um médico e falou que conseguiu reverter o quadro, mas ele estava entubado em estado grave. Uma enfermeira falou para mim que se eu não tirasse de lá, ele ia morrer pois não tinha vaga na UTI e nem fisioterapeuta para cuidar dele”, lembra Beatriz.

Bruno foi transferido para um hospital particular e ficou 10 dias entubado. O paulista acordou sem movimento no corpo e só voltou a falar após 20 dias. Quando a internação de Bruno completou um mês, ele teve alta hospitalar, mas o diagnóstico de AVC ainda demorou a chegar.

Após sair da UTI, Bruno ainda foi para uma clínica de reabilitação onde ficou por 23 dias se movimentando e apresentando melhora na mobilidade. No entanto, ao chegar em casa, o homem teve quadros de espasmos e rigidez do lado direito do corpo e em 4 dias parou de andar novamente.

“Fomos investigar no [hospital] Beneficência Portuguesa e foi constatado um AVC. Ele ficou internado e depois foi transferido novamente para clínica para fazer um tratamento de dois meses, onde estamos até hoje”, diz a esposa de Bruno.

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AVC por reação alérgica é extremamente raro

Em entrevista ao Terra Você, o neurocirurgião e especialista em doenças cerebrovasculares, Victor Hugo Espíndola, conta que é extremamente raro, mas crises alérgicas graves com choque anafilático, que evoluem para paradas cardiorrespiratórias podem resultar em um AVC.

“Normalmente, AVC com parada respiratória são muito graves e podem acometer uma região importante do cérebro, então o paciente pode ficar em coma durante muito tempo e ao sair do coma ficar com sequelas graves”, diz o médico.

O casal, que tem uma filha de um ano de idade, precisou modificar a rotina e os planos com a bebê. Durante a semana, Beatriz se dedica completamente à reabilitação do marido, que faz fisioterapia duas vezes por dia, já voltou a andar e apresenta melhoras.

“Éramos acostumados a passear muito com ela, viajar, e isso mudou tudo completamente, eu passo a semana inteira com ele, então a três meses só ficamos com a bebê nos finais de semana e nossa vida se focou 100% na reabilitação do Bruno”, conclui Beatriz.

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