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Ministério da Saúde determina auditoria em sistema de transplantes do RJ após casos de HIV; doadores serão retestados
O Ministério da Saúde determinou nesta sexta-feira, 11, a instalação de auditoria “urgente” pelo Departamento Nacional de Auditoria do SUS (Denasus) no sistema de transplante do Rio de Janeiro após seis pacientes transplantados terem sido contaminados com HIV depois de receberem órgãos infectados com o vírus.
Segundo o governo carioca, o erro ocorreu em exames de sangue realizados pelo laboratório privado PCS Lab Salem, localizado em Nova Iguaçu (RJ). O laboratório foi contratado emergencialmente em dezembro de 2023 pela Secretaria Estadual de Saúde. O local foi interditado.
Em nota, a pasta manifestou “irrestrito apoio aos pacientes e suas famílias” e afirmou que o caso “é tratado com extrema seriedade, visando cuidar dos pacientes e suas famílias e preservar a confiança da população nesse serviço essencial. O ministério esclarece ainda as medidas imediatas adotadas para garantir a segurança e a integridade do sistema nacional de transplantes”.
Além de ordenar auditoria no sistema de transplantes do Estado do Rio, o Ministério da Saúde também ordenou outras medidas:
A interdição cautelar do Laboratório PCS Saleme/RJ;
A retestagem do material de todos os doadores de órgãos realizada pelo Laboratório PCS Saleme/RG, a fim de identificar possíveis novos casos falso-negativos;
A disponibilização de atendimento especializado para o grupo de pacientes receptores de transplantes de órgãos dos doadores infectados, bem como seus contatos;
Determinou que o grupo de pacientes receptores de transplantes de órgãos dos doadores infectados, bem como seus contatos, recebessem total atendimento especializado,
A testagem de todos os doadores de órgãos no Rio de Janeiro volte a ser feita exclusivamente pelo Hemorio, utilizando o teste NAT.
A pasta também reforçou a segurança do Sistema Nacional de Transplantes (SNT), “reconhecido como um dos mais transparentes, seguros e consolidados do mundo”.
“Existem normas rigorosas que visam proteger tanto os doadores quanto os receptores, garantindo que os transplantes realizados no país mantenham um alto nível de confiabilidade. O SNT possui dispositivos regulatórios que já preveem protocolos específicos para a redução de riscos, como a transmissão de doenças infecciosas, e está em constante atualização para acompanhar os avanços médicos e científicos nessa área”, afirmou.
O caso é investigado pela Polícia Civil do Rio e pelo Ministério Público do Estado. Mais cedo, a Secretaria da Saúde do Estado do Rio de Janeiro confirmou os seis casos de contaminação e definiu o caso como “inadmissível”.
Leia a nota na íntegra:
“A Secretaria de Estado de Saúde (SES) considera o caso inadmissível. Uma comissão multidisciplinar foi criada para acolher os pacientes afetados e, imediatamente, foram tomadas medidas para garantir a segurança dos transplantados.O laboratório privado, contratado por licitação pela Fundação Saúde para atender o programa de transplantes, teve o serviço suspenso logo após a ciência do caso e foi interditado cautelarmente.
Com isso, os exames passaram a ser realizados pelo Hemorio.A Secretaria está realizando um rastreio com a reavaliação de todas as amostras de sangue armazenadas dos doadores, a partir de dezembro de 2023, data da contratação do laboratório.Uma sindicância foi instaurada para identificar e punir os responsáveis.
Por necessidade de preservação das identidades dos doadores e transplantados, bem como do encaminhamento da sindicância, não serão divulgados detalhes das circunstâncias.Esta é uma situação sem precedentes. O serviço de transplantes no estado do Rio de Janeiro sempre realizou um trabalho de excelência e, desde 2006, salvou as vidas de mais de 16 mil pessoas”.