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POLÍCIA

PF que atuou com agente acusado de matar jovem no Acre testemunha e fala sobre tiros

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O juiz não permitiu que a testemunha fosse fotografada/Foto: ContilNet

A primeira testemunha a ser ouvida neste segundo dia de julgamento do policial federal Victor Campelo, foi Renato Soares, que é policial federal há 13 anos, instrutor de tiro e conhece Victor através do trabalho. Rafael falou através de videoconferência, visto que atualmente mora em Minas Gerais.

Questionado se Renato é amigo de Victor, ele respondeu que não. “Não sou amigo. Conheço o Victor por ter sido lotado na mesma unidade da polícia, é só uma relação de trabalho. Sou policial federal, fui lotado no Acre e agora estou lotado em Minas Gerais”, explicou.

Segundo dia de julgamento do policial federal Victor Campelo/Foto: Reprodução

Renato falou ainda que o que ele sabe sobre o caso é o que saiu na imprensa, na época, mas não foi testemunha do fato. “Não estava presente e nunca fui na boate. Eu cheguei a depor no início, mas com relação a tiro, porque eu sou instrutor de tiro”, diz.

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A testemunha falou ainda sobre os disparos registrados naquela madrugada, sendo que um atingiu a perna de Victor, dois atingiram Nelcioney Patrício e o quarto atingiu, de forma fatal, o estudante Rafael.

“O que eu fiquei sabendo é que tiveram disparos após a queda do Victor, e os disparos foram feitos do chão. Tecnicamente falando, pode ter saído com uma certa inclinação, de até 45°, que é o que geralmente acontece nesta posição. Os tiros, de 2 ou 3 disparos, foram feitos como reflexo de quem fez a academia de polícia naquela época. A sequência de dois disparos foi feita para cessar ameaça, depois foram feitos mais dois, até cessar a possível ameaça na situação”, explica Renato.

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Rafael Frota morreu após receber um tiro do policial, na boate/Foto: Reprodução

Double tap

A testemunha disse ainda que é evidente que foram sequências de 2 disparos, como foi ensinado na academia de polícia na época. “Usando a técnica double tap, de dois disparos seguidos, com intervalo entre sacar, fazer dois disparos e depois, mais dois, em segundos. Entre o primeiro que acertou a perna do Victor e o segundo disparo que acertou Nelcioney, o double tap fica evidente pelo barulho e sequência”, disse.

Renato falou ainda sobre a diferença entre um leigo e uma pessoa com técnica ao usar uma arma. “Nós não temos como precisar a reação das pessoas, cada um reage de um jeito à situação de estresse. Cada um faz de uma forma que acha que dá certo. Quem não tem técnica, vai fazer o que viu em um filme, e quem treinou, vai fazer aquilo que foi condicionado a fazer”, acrescenta.

A testemunha lembrou ainda que conhece o delegado Noll, que foi testemunha também, no primeiro dia de julgamento, e disse que o delegado da polícia civil é um “exímio atirador”. “Nós atiramos juntos e ele tem um bom conhecimento sobre tiro”.

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“Sempre cortês”

A testemunha contou que Victor tinha uma boa relação com os colegas da polícia na época em que estava na Polícia Federal do Acre e que desconhece qualquer desavença com outras pessoas. “Ele estava sempre disposto, cortês com os colegas”, diz.

Defesa pessoal

Renato Corrêa também falou sobre defesa pessoal policial.

“Durante a academia, existem aulas que dão noção de defesa pessoal. Não saímos lutadores da academia. Se a pessoa tem conhecimentos, pode ajudar, mas se a pessoa não tem conhecimento, ela vai ter noção. Na época, as aulas eram sobre defesa pessoal em atividade, durante uma operação, etc. Não é uma matéria que está no dia-a-dia”, explica.

Bebida alcoólica

Segundo Renato, não existe uma determinação sobre o consumo de bebida alcoólica e estar com arma de fogo. “A gente só pede para que tenha cuidado e cautela. É um papo de amigo”.

Em uma oitiva que durou aproximadamente 40 minutos, Rafael foi questionado também sobre outras questões que envolvem bebida alcoólica e armas de fogo, mas apesar de ter respondido, afirmou não ter conhecimento técnico, além de “achismo”.

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