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POLÍTICA

“Satisfação corrigir um dos maiores absurdos cometidos contra a cultura”, diz Lula sobre Prêmio

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"Satisfação corrigir um dos maiores absurdos cometidos contra a cultura", diz Lula sobre Prêmio Foto: REUTERS/Rodrigo Antunes

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva entregou o Prêmio Camões ao escritor e músico brasileiro Chico Buarque de Holanda, nesta segunda-feira, 24, em Cintra, Portugal. Durante o discurso, o mandatário brasileiro afirmou que a entrega da honraria corrigia o que chamou de “um dos maiores absurdos” que foram feitos à cultura brasileira.

Isso porque a honraria foi concedida ao artista em 2019, mas Chico Buarque não pode recebê-la, uma vez que o então presidente Jair Bolsonaro se recusou assinar a documentação necessária para a diplomação.

“Hoje, para mim, é uma satisfação corrigir um dos maiores absurdos cometidos contra a cultura brasileira nos últimos tempos. Digo isso porque esse prêmio deveria ter sido entregue em 2019 e não foi. Todos nós sabemos por quê”, disse  Lula. “O ataque à cultura, em todas as suas formas, foi uma dimensão importante do projeto que a extrema direita tentou implementar no Brasil. Se hoje estamos aqui para fazer esse gesto de reparação e celebração da obra do Chico, é porque a democracia venceu no Brasil”.

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O  Prêmio Camões, considerado a maior premiação literária da língua portuguesa, é uma parceria entre os governos de Portugal e do Brasil, e foi criado em 1988. Além do diploma, Chico levou a quantia de 100 mil euros, algo em torno de R$ 600 mil. O valor pago é dividido pelos dois governos.

Chico Buarque e críticas ao governo Bolsonaro

Chico Buarque agradeceu pela premiação e até celebrou a recusa do ex-presidente Jair Bolsonaro em cumprir o rito necessário para que pudesse receber o diploma. O artista chamou o gesto de “rara fineza”.

“Conforta-me lembrar que o ex-presidente teve a rara fineza de não sujar o diploma do meu Prêmio Camões, deixando espaço para a assinatura do nosso presidente Lula. Recebo esse prêmio menos como honraria pessoal e mais como desagravo a tantos autores e artistas humilhados e ofendidos nesses últimos anos de estupidez e obscurantismo”, declarou.

Sem poupar críticas à gestão Bolsonaro, Chico classificou o governo anterior como “funesto”. “Foram quatro anos de um governo funesto, que duraram uma eternidade – o tempo parecia andar para trás.”

No seu discurso, Chico Buarque também se lembro de seu pai, o historiador e sociólogo Sérgio Buarque de Holanda, que é autor da renomada obra sociológica “Raízes do Brasil”. Na sua avaliação, era ele, o pai, que teria mais propriedeade para receber a honraria.

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