A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) definiu um novo calendário de depoimentos, com a oitiva do general Augusto Heleno marcada para a próxima sessão, dia 1º de junho. A investigação dos atos antidemocráticos vai ouvir ainda nomes como Alan Diego dos Santos, general Gonçalves Dias e Paulo José Ferreira, coronel da Polícia Militar do DF apontado pela Polícia Federal como omisso no 8 de janeiro.
Augusto Heleno é ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) de Jair Bolsonaro (PL). Ele já havia sido convidado a prestar esclarecimentos, mas acabou declinando em cima da hora. Após novas reuniões com assessores parlamentares do Exército, o general garantiu a presença na quinta-feira que vem (1º/6).
Como Corpus Christi será ponto facultativo, em 8 de junho, a CPI articula para ouvir dia 5, uma segunda-feira, dois coronéis da PMDF: Paulo José e Marcelo Casimiro Vasconcelos Rodrigues, ex-comandante do 1º Comando de Policiamento Regional (1º CPR).
O presidente da Comissão, Chico Vigilante (PT), disse nesta quinta que Paulo José é figura fundamental da investigação sobre a tentativa de golpe. “Ele precisa vir e explicar muito bem. Porque, até agora, toda a responsabilidade está nos ombros dele.”
Em seguida, dia 15 de junho, o general da reserva Marco Edson Gonçalves Dias, ex-ministro do GSI que apareceu em imagens da invasão de bolsonaristas ao Palácio do Planalto, vai prestar depoimento. A oitiva de Alan Diego dos Santos, preso por tentativa de atentado a bomba no DF, está marcada para dia 22.
Por fim, antes do recesso parlamentar, o coronel Klepter Rosa Gonçalves, comandante-geral da PMDF, será ouvido, em 29 de junho.
Sessão cancelada
Como o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes não respondeu ao pedido da CPI para ouvir um indígena preso por atos antidemocráticos, a sessão desta quinta acabou cancelada.
José Acácio Serere Xavante, conhecido como cacique Tserere, seria ouvido nesta manhã. Ele está detido na Papuda desde 12 de dezembro, data em que a prisão foi realizada pela Polícia Federal e que acabou motivando uma série de ataques bolsonaristas às forças de segurança, transformando Brasília em um palco de guerra.
Serere Xavante é investigado por ter incitado manifestações contra o resultado das urnas em diversos locais da capital federal, como Congresso Nacional, Aeroporto de Brasília, shoppings e hotéis. Como ele ainda está detido, por decisão de inquérito em andamento no STF, os distritais precisaram da autorização de Moraes para a oitiva.
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