GERAL
Moradora de rua que deu à luz em terreno abandonado foge de maternidade em Rio Branco
Francisca Gomes da Silva, 32 anos, conhecida como Chica, depois de ser levada para a maternidade com sua bebê recém-nascida na noite da última quarta-feira, 20, fugiu da maternidade Bárbara Heliodora horas depois do parto.
A atitude da mulher, que é dependente química, não causou surpresa para os profissionais de saúde nem para os assistentes sociais. Somente em uma semana, quando ainda estava grávida, ela foi conduzida três vezes para a maternidade e fugiu de lá todas as vezes.
Profissionais dos Direitos Humanos do Município, através do Departamento de Políticas para Mulheres e Casa Rosa Mulher, estão acompanhando o caso desde o momento em que foram acionados.
“As equipes técnicas foram acompanhar o caso, fazer diálogo com a maternidade Bárbara Heliodora, para assegurar os direitos dessa mulher, que, por uma série de fatores, se encontra em vulnerabilidade social e em situação de rua. Ela fugiu do hospital horas depois do parto. Hoje voltou ao hospital e já saiu novamente”, explicou Rila Freeze.
Segundo Rila, dona Francisca não é usuária do Centro POP com frequência. Ela tem família no bairro Dom Giocondo, onde também mora. No entanto, devido a ser dependente química, prefere ficar em situação de rua.
“Ela esteve hospitalizada antes do parto, porém, fugiu do hospital. O Serviço de Abordagem Social da Prefeitura foi acionado pela Maternidade e estava realizando a busca ativa, porém, como estava em trabalho de parto, acabou ocorrendo o parto dessa forma. A situação da dona Francisca é um problema de saúde pública e de alta complexidade”, enfatizou Rila.
Segundo a Assistência Social, nesta quinta-feira, 21, foi realizada visita a familiares de dona Francisca e, mais uma vez, foi realizada a busca por ela, sem sucesso. A Abordagem Social é um equipamento da Assistência Social e constitui-se em processo de trabalho planejado de aproximação, escuta qualificada e construção de vínculo de confiança com pessoas e famílias em situação de risco pessoal e social nos espaços públicos para atender, acompanhar e mediar acesso à rede de proteção social.
“A Prefeitura Municipal de Rio Branco não tem medido esforços para atender não só dona Francisca, mas todos que estão em situação de risco e vulnerabilidade social. Estamos sempre realizando trabalho de modo transversal e em conjunto com a Rede de Proteção à Mulher”, finalizou a diretora.
A criança, que nasceu prematuramente está internada na UTI neonatal.
Segundo informações repassadas à equipe do Na Hora da Notícia, Francisca já teve vários partos, em torno de dez, e a maioria das crianças não resistiu, pois nasceram fora de tempo e com problemas de saúde causados pelo uso de entorpecentes, pela mãe usuária. Não se sabe exatamente quantos filhos ela tem, vivos, nem com quem eles vivem.